Ser avoh...

Ser avoh...
Minha irmã Melinha postou: "Esperando feliz o novo membro da familia que tá chegando daqui uns meses..." e me inspirou à criação desta página.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Tipos de avó...

Que tipo de avó eu quero ser? 




Uma vovó palhacinha?




               

Uma vovó cibernética?






Uma vovó muuuuuuito carinhosa?



Ah! Ah! Ah!  Consumista? 



Esportiva?!




Preocupada?...






Roqueira?






Ou muuuito cult?



Aceito sugestões!!! Ainda tenho tempo de decidir!! hehe


bjs 


Nilcea <><<

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Filhos de filhas... filhos de filhos...

Já havia pensado um pouco nesse assunto quando minha sobrinha #2, Cristina , me pediu: "Tia, escreve sobre a diferença entre filho de filho e filho de filha!! Você acha que tem diferença mesmo? " 
Porque ela estava tão interessada no tema, visto que seus filhotes ainda estão bem "aninhados", eu não sei...
Mas, vamos lá. 


Tenho observado vários tipos de avós e netos e, definitivamente, não vejo diferença nenhuma!


Talvez na gravidez exista sim uma maior preocupação da avó materna, pois afinal o bebê está sendo gestado no corpo a quem um dia ELA deu à luz! E isso, convenhamos, não é pouca coisa para uma mãe!...
Mas após o nascimento o que vai fazer alguma diferença é a disponibilidade e as circunstâncias da vida mesmo. 
Conheço mulheres que precisaram que suas sogras cuidassem do filho o que fatalmente causaria uma maior aproximação... ou não! 
Assim como outras deixaram seus filhos com a  mãe e... só deu problema!! 


Na verdade, tudo isso é muito estranho pra mim. Sinto que, como qualquer relação, o respeito (no caso, às regras e diretrizes da educação do neto) é o que importa e o que não pode em hipótese alguma ser esquecido.
Quando olho para trás não vejo onde minha avós poderiam ser diferentes. As duas sempre respeitaram muito o modo como minha mãe nos criava.E cada uma, a seu modo e maneira, teve sua influência em mim e tem hoje seu lugar em meu coração. 


Dando uma olhada na net sobre o assunto achei esse interessante artigo na revista Crescer . Entre outras coisas o texto diz que: 


"Ficar na casa dos avós geralmente é sinônimo de diversão. É comer pipoca e bolo de chocolate, brincar de luta no tapete da sala, ter a comida preferida na hora da refeição e ouvir muitas histórias. Mas não é apenas nas brincadeiras e na fuga da rotina que o papel deles é desempenhado; os avós podem ser conselheiros, educadores e um conforto em momentos difíceis."




bjs
Nilcea <><<


Ah! Cris,definitivamente, não há diferença entre filhos de filhas e filhos de filhos!! Pelo menos para mim! E tenho dito! hehe









quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pé de galinha não mata pinto.


D. Dorcas


Exemplo de avó.

Presente sem ser invasiva. Preocupada e sempre pronta. Do seu jeitinho simples, quase mineiro,  sempre falava o que tinha que ser dito: às crianças, aos adolescentes e muitas vezes a nós mães. 

Festeira, adorava surpreender os netos com ovos de páscoa no Natal, pilhas de sorvetes no freezer, luzinhas por todo o quintal e festas de aniversário. 

Lembro-me que quando levamos o Daniel (meu primeiro filho) da maternidade para casa, ao preparar seu primeiro banho minha avidez em fazê-lo era tão grande que só muito tempo depois me peguei pensando que outra filha qualquer teria dado a primazia para a vovó... mas não eu! 
Egoísta e "galinha choca" fui me aventurando sob o olhar e as mãos atentas de minha mãe. 

Num instante de insegurança disse a ela: "Mãe, se eu estiver fazendo algo errado você me fala ?" 
E ela: "Não se preocupe minha filha, "pé de galinha não mata pinto"

Nunca mais esqueci. 
Aquelas simples palavras de sabedoria popular, ditas naquele momento fizeram com que me sentisse tão segura, tão tranquila... 

E até hoje eu agradeço o fato dela não ter se sentido preterida por não ter dado o primeiro banho em seu primeiro neto "homem" e sim me ajudado a me sentir tranquila e perfeitamente capaz de cuidar de "minha cria".

Dela tenho saudade.
Dela quero a fé, a generosidade, a solicitude, o amor.

bjs 

Nilcea <><<



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Videos e Ultra-sons


Quando engravidei dos meus filhos não era tão usual se fazer exames de ultra-som.
Meu primeiro obstetra até dizia que não sabia direito se havia qualquer risco de malefício para o bebê por isso ele não o pedia com frequencia!


Talvez por isso minha emoção tenha sido tão grande quando vi na tela, postado no Vimeo, uma figurinha pulsante com batimentos a 173 bpm, piscando em meio a uma confusão de imagens que só os entendidos entendem!!!


O que foi aquilo?! 
Ao som de Beautiful Day  do U2 acompanhei os mais emocionantes 1'24" da minha vida.
Isso numa época em que, depois de todas as emoções que vivi nos nascimentos de meus filhos, achei que nada se compararia a aquilo... 
Doce ilusão!




Mas, verdade seja dita, não se compara mesmo. 
Naquela época a emoção vinha carregada de um sentimento de responsabilidade e expectativa.
Agora... puro enlevo!!!


Uma sensação de eternidade, de perenidade, de um já tão grande amor por tão pequenino ser...


Choramos, J. e eu, olhos grudados na tela, ao fundo os batimentos do coraçãozinho e os nossos próprios.
Num momento, um filme passou por nossa mente e me arrisco a dizer que de novo sentimos a emoção do nascimento de Marcos Paulo, a excitação e a alegria, um misto de sensações e sentimentos que em breve tomará forma diante de nós.

"A Deus toda honra e toda Glória" 





ITS A BEAUTIFUL DAY ... DONT LET IT GET AWAY...



domingo, 7 de agosto de 2011

A ARTE DE SER AVÓ por Rachel de Queiroz

Recebi esse texto no dia da vovó. 
Achei lindo e resolvi compartilhá-lo com vocês! 

"Quarenta anos, quarenta e cinco. Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava.
Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem suas alegrias, as sua compensações - todos dizem isso, embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita.
Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade.
Não de amores nem de paixão; a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade.
Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança.
O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças?
Naqueles adultos cheios de problemas, que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum as suas crianças perdidas.
São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha.
Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que se lhe é "devolvido".
E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito sobre ele, ou pelo menos o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo ou decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho a certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice.
São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.
Aliás, desconfio muito de que netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos. 



Se o Doutor Fausto fosse avô, trocaria calmamente dez Margaridas por um neto... No entanto! Nem tudo são flores no caminho da avó.
Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe.
Não importa que ela, em si, seja sua filha. Não deixa por isso de ser a mãe do neto. Não importa que ela hipocritamente, ensine a criança a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha" e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você.
São lisonjas, nada mais. No fundo ela é rival mesmo. Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante nos triângulos conjugais.
A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe banho, veste-o, embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.
Já a avó não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas.
Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulito. Não tem a menor pretensão pedagógica.
É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso dos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia. Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura.
Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina.

Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes, tomar café, mexer na louça, fazer trem com as cadeiras na sala, destruir revistas, derramar água no gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser - e até fingir que está discando o telefone.
Riscar a parede com lápis dizendo que foi sem querer - e ser acreditado!
Fazer má-criação aos gritos e em vez de apanhar ir para os braços do avô, e lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna...
Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão defunto desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso.
Meu Deus, o olhar das outras avós com seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto!
E quando você vai embalar o neto e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz "Vó", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.

E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe castiga, e ele olha para você, sabendo que, se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade.
Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menino - involuntariamente! - bateu com a bola nele.
Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beicinho pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, vó?
Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague."
Rachel de Queiroz

Gostaram? 

bjs
Nilcea <><<