Ser avoh...

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Minha irmã Melinha postou: "Esperando feliz o novo membro da familia que tá chegando daqui uns meses..." e me inspirou à criação desta página.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

FAZ DE CONTA...

- Vovó, conta uma história?

- Lógico, Juju. Você quer a dos 3 porquinhos?

- Não...

- A da Rapunzel?

- Também não...

- Então qual?!

- Hummm.... a do ventilador! 

E assim surgiu a turma do quarto da mamãe e do papai. 

Estrelando...

Ventito, o ventilador!
Rapaz trabalhador, deu um duro danado  naquele verão rodando, rodando, rodando pra que o quarto ficasse bem fresquinho e gostoso e a vovó e a netinha pudessem dormir sossegadas pra brincar muito no outro dia.

E ao longo daquele verão, a cada noite, a turminha  foi aumentando.

A janela Gatinha, batizada pela Juju. 
Toda dengosa, ajudou muito ouvindo e conversando com a pequena menina que para ela contava   muito do que acontecia durante o dia. Mesmo as "coisas erradas" e a "broncas" que levava. 
A janela sempre entendia o que se passava naquela cabecinha. E,  ao final, sempre dava bons conselhos a ela. Que obedecesse a mamãe, que dormisse pra que pudesse brincar no outro dia... coisas assim, que toda boa janela pode e deveria fazer pelas criancinhas. 

Genário, o armário, meio caipirão, mas muito feliz por que se achava o mais importante. Afinal, era nele que estavam as roupas do dono da casa! Roupas que ele, todo orgulhoso, entregava para o "seu" Marcos a cada manhã bem limpinhas e cheirosas. Acho que por ser bem jovem, o armário era muito divertido. Gente finíssima. Tudo estava muito bom pra ele. Um amigão.

O armário grande já era bem mais velho, quase idoso. Acabava sempre indo dormir antes de todo mundo. Mas era um sujeito muito boa praça. Sábio como só os velhos armários sabem ser. Antes de ir dormir sempre dava muitos conselhos para a turma. Seu nome? Valdomiro. "seu" Valdomiro, com todo respeito.

E como em toda turma tem sempre um resmungão... 

O Olaf, também batizado pela Juju, era o máximo do mau humor. 
Mas ele tinha certa razão, como acabamos descobrindo. 
Certa noite ele disse que detestava quando crianças malcriadas o batiam com força. Coitadinho... ele como porta do quarto deve ter sofrido em algum momento um trauma que o fez ficar assim, todo bravinho.. 
Mas ele acabava sempre ouvindo os conselhos da pequena que dizia para ele não ser tão estraga prazeres, que ela nunca iria bater nele com força. Promessa!

E assim passamos as férias de verão da vovó na casa das netinhas. 
A cada noite muitas histórias e conversas deitadas lado a lado na grande cama, até que o sono viesse e  embalasse a pequena menina em seus braços. 


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Meses se passaram e para minha surpresa a Juju se lembrava exatamente de cada personagem e as conversas e histórias foram resgatadas em mais uns dias de férias da vovó na casa das netinhas.

Não sei se quando ela crescer vai se lembrar desses momentos. 
Mas  sei que eu nunca esquecerei. 
Vou lembrar de cada sorriso, cada risada, cada espanto,  cada "pérola" dita e daquele rostinho lindo mergulhado naquele mundo de faz-de-conta  conversando com a janela, os armários, a porta e o ventilador.

com todo meu amor

voh Nil <><<




2 comentários:

  1. Muito melhor que qualquer estória,dessas que já vêm prontinhas e que já foram contadas milhões de vezes pelas avózinhas dessas Mundo,né Vó Nil?
    Essas são só suas e da Juju e são maravilhosas !!!Certezaaaa!!!😍❤️😘

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